Bursite no ombro: causas, sintomas e como a fisioterapia devolve movimento (sem depender só de repouso)

Bursite no ombro: causas, sintomas e como a fisioterapia devolve movimento (sem depender só de repouso)

Aquela fisgada para vestir a camiseta, alcançar o armário ou levantar o braço no trabalho não “aparece do nada”. Em muita gente, o vilão é a bursite do ombro — inflamação da bursa, a pequena “almofada” que reduz atrito entre tendões e osso. A boa notícia: melhora com fisioterapia, ajustes simples na rotina e um plano progressivo que não te deixa parado.

Aquela fisgada para vestir a camiseta, alcançar o armário ou levantar o braço no trabalho não “aparece do nada”. Em muita gente, o vilão é a bursite do ombro — inflamação da bursa, a pequena “almofada” que reduz atrito entre tendões e osso. A boa notícia: melhora com fisioterapia, ajustes simples na rotina e um plano progressivo que não te deixa parado.

O que é bursite no ombro (e por que dói para elevar o braço)

No espaço subacromial vivem a bursa e tendões do manguito rotador. Quando a escápula não guia bem o movimento, a coluna torácica está rígida, o manguito está fraco e você sustenta posturas prolongadas (ombros projetados, cabeça à frente) ou repete esforços acima da linha dos ombros, o “espaço” diminui. A bursa sofre atrito, inflama e a dor aparece — inclusive à noite, ao deitar sobre o ombro.


Fatores que somam carga:

  • Postura sustentada (PC/estoque), escápula “preguiçosa” e torácica rígida;

  • Fraqueza do manguito e do serrátil anterior;

  • Movimentos repetitivos sem recuperação;

  • Excesso de peso e sedentarismo (ambiente inflamatório).


Sinais e sintomas mais comuns

  • Dor ao elevar o braço (principalmente entre 60º e 120º);

  • Desconforto para vestir/retirar camiseta, alcançar prateleiras, dirigir;

  • Piora noturna, especialmente ao deitar sobre o ombro;

  • Sensação de “ombro que sobe ao pescoço” ao tentar erguer o braço.

Atenção: sintomas podem mimetizar tendinopatia, calcificação ou capsulite. Se a dor não evoluir com fisioterapia nas primeiras semanas, investigue.


Como a fisioterapia trata (sem “zerar” o movimento)


O objetivo é baixar a inflamação e recuperar o espaço subacromial enquanto você volta a mover com qualidade.


1) Destravar e aliviar (início)

  • Respiração costal/posterior para reduzir tensão cervical;

  • Mobilidade torácica (extensão/rotação) para não “roubar” do ombro;

  • Deslizamentos suaves do ombro em ângulos sem dor (movimento é analgésico).


2) Recolocar quem manda no jogo

  • Educação de posição escapular (leve retração + depressão, sem travar);

  • Ativação de serrátil anterior e trapézio inferior;

  • Manguito rotador em ângulos baixos: rotação externa, elevação no plano da escápula, isometrias com faixa elástica. Poucas repetições, foco em controle e ritmo respiratório.


3) Ajustar a rotina (metade da cura)

  • Computador: tela na altura dos olhos, apoio dos antebraços, micropausas de 60–90s a cada 30–40min para abrir peito/rodar ombros;

  • Carga no trabalho/casa: peso perto do corpo, usar pernas/quadril, evitar rotação com braço estendido;

  • Sono: evite deitar sobre o ombro dolorido; suporte com travesseiro.


4) Recursos coadjuvantes

  • Kinesio tape (ex.: Kinesio Sport Fisiovital) como lembrete proprioceptivo para não “subir” o ombro e facilitar leve rotação externa;

  • Técnicas manuais e crioterapia ao final do dia, conforme indicação;

  • Analgesia sem substituir o treino.


“Quanto tempo para melhorar?”

Varia com carga e adesão. Um caminho típico: 15–20 min, 4–5×/semana por 3–6 semanas com mobilidade torácica, ativação de serrátil/trapézio inferior, rotação externa e controle da elevação. Em ~2 semanas costuma melhorar o sono; em ~4 semanas, retomar tarefas acima da cabeça com menos dor; em ~6 semanas, prevenção sólida se os hábitos mudaram.


Erros que mantêm a dor

  • Repouso total por dias/semana → rigidez e piora funcional;

  • “Pular” a torácica e a escápula para fazer só deltoide;

  • Voltar direto a sobre-cabeça pesado sem progressão;

  • Ignorar peso corporal, hidratação e sono (dor inflamatória adora corpo parado e desidratado).


Quando investigar além da bursite

Procure avaliação médica se houver:

  • Fraqueza súbita para elevar o braço;

  • Bloqueio de movimento com dor aguda e estalos constantes;

  • Dor persistente sem melhora após ciclo completo de fisioterapia.


Mini-plano prático (em casa, sem dor)

  • 5’ de mobilidade torácica (extensões em rolo/apoio na parede);

  • 3×8–10 rotações externas com elástico leve;

  • 3×8–10 “socos” do serrátil (scapular punches) deitado/na parede;

  • 2–3 micropausas posturais durante o expediente. Progrida sem dor e com orientação profissional.


Quer ver os exercícios e ajustes na prática? Assista ao vídeo: https://youtu.be/x6ivPCr_5EI Ficou com dúvida sobre seu caso? Comente abaixo (idade, profissão, quando dói). Eu leio e respondo por aqui.

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