Paralisia Cerebral (PC): o que é, principais tipos e como classificar — guia prático e objetivo

Paralisia Cerebral (PC): o que é, principais tipos e como classificar — guia prático e objetivo

Paralisia Cerebral é uma alteração permanente do movimento e da postura causada por lesão não progressiva no cérebro imaturo. Não piora a lesão, mas podem evoluir as consequências funcionais (tônus, postura, marcha). Entender quais segmentos corporais são afetados e o nível de independência motora (GMFCS) orienta metas, condutas e expectativa da família.

O que é Paralisia Cerebral (PC)

  • Definição: grupo de distúrbios do movimento e da postura decorrentes de lesão não progressiva no cérebro em desenvolvimento (pré, peri ou pós-natal).
  • Importante: a lesão não evolui; quem muda são as manifestações (tônus, encurtamentos, deformidades ósseas, padrão de marcha), influenciadas por crescimento, meio e intervenção.
  • Prevalência: ~1,5–4/1.000 nascidos vivos; até 8% em prematuros extremos.
  • Além da motricidade: podem coexistir alterações de sensação/percepção corporal, equilíbrio, comunicação/linguagem e cognição.


Tipos práticos (foco funcional e biomecânico)

1) Pela distribuição corporal

  • Bilateral (dois lados; MMII geralmente mais afetos, comum em prematuros):
    – hipotonia de tronco (reto abdominal/oblíquos) → base instável;
    – uso compensatório de MMII/apoios → encurtamentos (ex.: equino) e marcha na ponta dos pés.
  • Unilateral (um hemicorpo):
    – lado afetado mais fraco/“pouco usado”;
    – corpo desvia para o lado “forte” → assimetrias, risco de escoliose/encurtamentos se não houver estímulo precoce do lado comprometido.
  • Quadrilateral (quatro membros + tronco):
    – maior dependência postural e para mobilidade;
    – requer suporte posicional, tecnologia assistiva e plano intensivo de prevenção de deformidades.

2) Pelo nível de independência (GMFCS)

  • I: caminha e sobe escadas sem ajuda (limitações sutis em correr/pular).
  • II: caminha, porém com limitações em longas distâncias/terrenos desafiadores (usa corrimão).
  • III: caminha com andador/muletas; cadeira de rodas para distâncias.
  • IV: mobilidade predominantemente em cadeira de rodas; marcha domiciliar com alto suporte.
  • V: dependência total de cadeira de rodas e cuidadores para posicionamento e mobilidade.

Por que usar GMFCS? Padroniza a comunicação, define metas realistas e direciona órteses, andadores, cadeiras e terapia.


Padrões de movimento frequentes (para observar e intervir cedo)

  • Marcha na ponta dos pés (equino): encurtamento de gastrocnêmios/soléus por uso compensatório.
  • Joelhos/quadris em flexão para ficar de pé (cadeias posteriores rígidas, fraqueza de tronco).
  • Movimentos não intencionais/tremores que pioram com a tarefa (dificuldade de seleção motora e estabilidade proximal).
  • Assimetrias (evita usar um lado): alerta para prevenção de encurtamentos e deformidades.


Linha do tempo prática (do risco à conduta)

  1. Identificar risco cedo (história perinatal/prematuridade + observação clínica).
  2. Rastrear com ferramentas padronizadas (ex.: GMA/HINE) quando disponíveis.
  3. Classificar funcionalmente (GMFCS) e mapear necessidades por segmento (pé/tornozelo, joelho, quadril, tronco, MMSS).
  4. Planejar intervenção centrada em função e participação: manuseio postural, treino de marcos motores, orientação domiciliar, órteses/andadores quando indicados, prevenção de encurtamentos e vigilância do quadril.
  5. Revisar periodicamente (crescimento muda alavancas e demandas).


Perguntas que guiam o plano (check rápido)

  • Quais segmentos estão mais comprometidos (pés/joelhos/quadris/tronco/mãos)?
  • Qual o nível GMFCS hoje? Mudou nos últimos 12 meses?
  • Há sinais de encurtamento (equino, isquiotibiais, adutores)?
  • A criança mantém apoio simétrico? Usa o lado afetado nas atividades?
  • Família tem estratégias domiciliares claras (posicionamento, tempo de barriga pra baixo, rotinas ativas)?


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