Se o seu backhand está travado e o cotovelo vive “pedindo arrego”, você não está sozinho. A epicondilite lateral (o famoso cotovelo de tenista) é uma irritação dos tendões extensores do punho na parte externa do cotovelo, geralmente provocada por movimentos repetitivos somados a técnica inadequada, pegada fora do seu tamanho, escápula e ombro fracos, excesso de carga e recuperação ruim. O resultado? Dói para girar a maçaneta, segurar a caneca, sacar e, claro, bater backhand.
A grande frustração é ver a dor melhorar com uma pausa curta e voltar igual na primeira sessão mais intensa. Isso acontece quando a gente só “desliga o alarme” (gelo, pomada, analgésico, alguns dias parado) e não apaga o incêndio: não ajusta gesto, não fortalece a cadeia certa, não progride a carga, não dorme melhor. A boa notícia: com um plano simples e consistente, dá para tratar de verdade e reduzir a chance de recidiva.
Por que o cotovelo de tenista volta?
O tendão irritado sofre quando a carga ultrapassa a sua capacidade atual. Essa sobrecarga pode vir de:
- Técnica que “quebra” no punho (principalmente no backhand com uma mão).
- Grip maior/menor que o ideal, cordas muito duras ou tensão alta.
- Ombro/escápula que não estabilizam → o cotovelo vira “herói” e paga a conta.
- Volume e intensidade sem progressão, com recuperação insuficiente (sono, hidratação, pausas).
- Sedentarismo fora da quadra (pouca força de base).
Sem força global e controles proximais (escápula/ombro/torácica), o gesto “despeja” estresse no tendão. E sem progressão planejada, cada retorno vira um déjà-vu doloroso.
O que realmente funciona (e em que ordem)
1) Ajuste de carga sem zerar o movimento
Se a dor é leve (até 3/10 e some no dia seguinte), dá para seguir com pequenas adaptações: encurte a sessão, aumente os descansos, teste backhand de duas mãos e reduza golpes que disparam a dor. Se a dor persiste no dia seguinte ou aumenta durante o jogo, reduza a carga e volte um passo.
2) Acalmar a dor com isometria inteligente
Isométricos dos extensores do punho (contração sustentada, sem dor) modulam a dor e preparam o tendão. Kinesio (ex.: Kinesio Sport Fisiovital) ajuda como feedback sensorial para não “quebrar” no punho. Em dias mais exigentes, a Órtese de epicôndilo (ex.: VitalTape Cotovelo) redistribui a carga sem travar o movimento. São coadjuvantes — não “curam”, mas protegem enquanto você treina direito.
3) Fortalecer onde importa de verdade
O foco não é só antebraço. A cadeia precisa trabalhar junto:
- Extensores do punho (isométrico → concêntrico/ excêntrico leve → progressão).
- Escápula/ombro (serrátil, trapézio inferior, rotadores externos).
- Torácica (mobilidade) para um golpe mais fluido.
-
Tronco (controle) para transferir força sem sobrecarregar o braço.
Se houver sinais de irritação neural, vale avaliação e deslizamento do nervo radial com critério.
4) Técnica e equipamento: o jogo é em equipe
Ajuste de grip, corda e tensão; trajetória do golpe usando corpo inteiro, não só punho. O ideal é alinhar professor de tênis + fisioterapia.
Rotina prática (15 minutos, 3x/semana)
- Isométrico de extensores do punho: 3–5 séries de 30–45s, dor ≤3/10.
- Rotação externa com elástico (cotovelos a 30–45°): 2–3×12 devagar.
- Serrátil anterior (“soco” controlado em pé ou 4 apoios): 2–3×10–12.
- Mobilidade torácica (rotações/“arco e flecha”): 2–3×8 cada lado.
- Excêntrico leve de punho (halter 0,5–2 kg): 2–3×12, ritmo lento.
Nos treinos/jogos: kinesio para propriocepção; em dias de maior demanda, órtese compressiva durante a prática. Progrida a carga semanalmente (≤10%) mantendo dor controlada e recuperação em dia.
Sinais de alerta (avalie com um profissional)
- Dor que não melhora em 2–3 semanas com ajuste de carga.
- Fraqueza súbita para elevar/segurar objetos.
- Estalo doloroso frequente, dor noturna intensa, perda de função.
- Dúvida diagnóstica com tendinopatia do manguito, radiculopatia, dor referida cervical/torácica.
FAQ rápido (para quem veio do Google)
Kinesio ou órtese curam cotovelo de tenista?
Não. São apoios que melhoram conforto e distribuição de carga, enquanto a força + técnica + progressão fazem o trabalho principal.
Devo parar completamente?
Na maioria dos casos, não. Reduza e module a carga mantendo o tendão ativo com isometria e exercícios toleráveis.
Quanto tempo para melhorar?
Depende do tempo de dor e da sua adesão. Em 2–4 semanas muitos já dormem melhor e jogam com menos dor; em 6–8 semanas, o tendão costuma estar mais resistente — desde que a carga seja bem conduzida.
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Conclusão
Se a sua estratégia tem sido repouso curto + pomada + fé, seu tendão já sabe como esse filme termina. Troque o roteiro por fisioterapia bem feita, técnica ajustada, fortalecimento progressivo e gestão de carga. A kinesio e a órtese são parceiras importantes, mas quem dá alta de verdade é o processo.


